sexta-feira, 20 de novembro de 2009

Exercícios sobre concordância

Pessoal,

Como combinado, abaixo estão alguns links e exercícios sobre concordância nominal e verbal.
Respostas comentadas na segunda-feira (23.11.09) à tarde.
Bom feriado!

Testes online sobre concordância
http://198.106.73.59/09/09_sujdeslocado.htm

http://estudandoeaprendendo.com/site_beta/materias/portugues/gramatica/simulados_concordancia_verbal-pt/teste_concordancia_verbal1-pt.html

http://estudandoeaprendendo.com/site_beta/materias/portugues/gramatica/simulados_concordancia_nominal-pt/teste_concordancia_nominal1-pt.html

Exercícios sobre Concordância Nominal

Faça a Concordância Correta, rasurando o termo incorreto.Exemplo: Estamos [quites / quite] com o serviço militar.

Faça a Concordância Correta, rasurando o termo incorreto.Exemplo: Estamos [quites / quite] com o serviço militar.
01 - Não temos (bastante / bastantes) razões para impugnar sua candidatura.
02 - Estavam informados (bastante / bastantes) sobre toda a situação.
03 - Aquela decisão me custou muito (caro /cara).
04 - Acolheu-me com palavras (meio / meias) tortas.
05 - Os processos estão (incluso / inclusos / inclusas) na pasta.
06 - As folhas trinta e (duas / dois) do processo, fez o juiz uma observação.
07 - Seguem (anexo /anexos / anexa /anexas) as faturas.
08 - Permitam-me que eu as deixe (só / sós).
09 - Vocês estão (quite / quites) com a mensalidade?
10 - Hoje temos (menos / menas) lições.
11 - Água é (boa / bom) para rejuvenescer.
12 - Ela caiu e ficou (meio / meia) tonta.
13 - Elas estão (alerta / alertas).
14 - As duplicatas (anexo / anexa / anexas / anexos) já foram resgatadas.
15 - Quando cheguei à escola era meio-dia e (meia / meio).
16 - A lealdade é (necessária / necessário).
17 - Pedro e Maria viajaram (sós / só).
18 - As meninas me disseram (obrigado / obrigada / obrigados / obrigadas).
19 - A porta ficou (meia / meio) aberta.
20 - (Anexo / Anexos) estamos enviando os documentos.
21 - O padre ficou a (só /sós) na igreja.
22 - (Salvo / Salvos) os doentes, os demais partiram.
23 - As camisas estão custando (caro / cara).
24 - (Sós / Só), Pedro e Paulo abriram o cofre e fugiram com o dinheiro.
25 - Escolhemos as cores mais vivas (possível / possíveis)
26 - É (necessário / necessária) muita fé.
27 - As crianças não andam (só / sós), mas acompanhadas.
28 - Maçã é (boa / bom) para os dentes.
29 – [Excetos / Exceto] os dois vigaristas, todos foram presos como suspeitos.
30 - A sala tinha (bastante / bastantes) carteiras, mas era (meio / meia) escura.

Fonte e mais frases em http://recantodasletras.uol.com.br/teorialiteraria/53762

sábado, 24 de outubro de 2009

Respostas das enquetes sobre concordância nominal + quiz sobre concordância verbal

Quiz indicado sobre Concordância Verbal

http://www1.folha.uol.com.br/folha/fovest/quiz17.shtml


Respostas das enquetes publicadas sobre concordância nominal:

I) Observe a concordância e assinale as alternativas erradas:
1) Entrada proibida.
2) É proibido entrada.
3) A entrada é proibida.
4) Entrada é proibido.
5) Para quem a entrada é proibido?

Comentário: Todas estão corretas, menos a última, porque há um determinante para a palavra entrada, que obrigaria a ser: Para quem a entrada é proibida?

II) As moças, estando SÓS, tiveram elas MESMAS , de tomar as providências que a situação exigia.
Comentário : As moças estavam sós (sozinhas=adjetivo, portanto no plural).

III) Marque a alternativa cuja sequência preenche corretamente aas lacunas desse período:Muito OBRIGADA, disse ela.Vocês procederam CERTO, considerando meu ponto de vista e minha argumentação SENSATOS.
Comentário: Vocês procederam certo (certo= advérbio, portanto invariável, ficando no singular).

IV) Assinale a frase incorreta, considerando a concordância do predicativo (do sujeito ou do objeto):
Resposta : Tenho o réu e seu cúmplice como mentiroso.

Comentário:Quando o adjetivo é um predicativo , ou seja, uma qualidade temporária, não se aplica a regra da concordância atrativa, indo para o plural neste caso.


V) O adjetivo não está corretamente empregado na concordância em:


FIEL aos deveres PATERNAL e FRATERNAL, ambos silenciavam.

Comentário: Ambos eram FIÉIS aos deveres...
Não se esqueça de que para cada adjetivo há um nome que comanda a concordância.

sábado, 17 de outubro de 2009

Vídeo aula sobre Concordância Verbal

Atualizações desta semana: assistam ao vídeo sobre concordância verbal (a ser trabalhada ao longo do mês de outubro). Na barra lateral, mais enquetes sobre concordância nominal.
Beijos e bom fim de semana.

sábado, 10 de outubro de 2009

Enquetes sobre concordância nominal + Os inocentes (DVD)


Pessoal ,
Peço desculpas por não atualizar na sexta, como combinado. Ontem à tarde fui às compras e acho que peguei muito frio, hoje não estou passando bem.
Elaborei algumas enquetes (ver lateral direita do blog) sobre concordância. Participem! Elas estarão disponíveis até 23/10, quando publicarei as respostas corretas e depois serão retiradas do ar.
Mas aproveitei para ver meu novo DVD de "Os inocentes" (versão de 1961, de Jack Clayton). Realmente põe a outra (versão dos anos 90, com Colin Firth), no chinelo. A interpretação de Debora Kerr (srta. Giddens, a preceptora) e Martin Stephens (Miles) são magníficas. Isso, sem mencionar a fotografia dramática que ressalta as cenas noturnas na casa (aí fica muito evidente mesmo que o diretor de "Os outros" se inspirou nesta obra).
Estou pensando em exibir um dia à tarde, mas atenção: só para quem é corajoso! Vai que o Peter Quint nos observe pelo vidro fumê da porta do miniauditório! Vamos levar uns bons sustos juntos e discutir a(s) obra(s). Beijão e ótimo feriado.

terça-feira, 6 de outubro de 2009

HISTERIA COLETIVA, MAIS UMA DOENÇA DA FÉ

Mais lenha na fogueira: o texto abaixo é um trecho de entrevista de John Waller à Revista Galileu (fev/2009). Fala sobre o famoso episódio de histeria coletiva que causou horror e pode ser "explicado" sob três aspectos: social, científico, espiritual. Infelizmente, sob o prisma espiritual, as pessoas presentes no tal surto coletivo foram tomadas como possuídas por algo que não se conseguia explicar.

Erupções de histeria em massa continuam a acontecer

Historiador diz que epidemia de dança do século 16 revela os extremos aos quais a crença e a angústia podem nos levar


Bizarro, mas real: ilustração reproduz epidemia de dança ocorrida na Europa na Idade Média

Muito improvável. É assim que o historiador John Waller, da Universidade Estadual de Michigan, nos EUA, define seu próprio objeto de estudo. Em seu livro "A Time to Dance, a Time to Die" (Tempo de Dançar, Tempo de Morrer), recém-lançado nos EUA e ainda sem tradução para o português, ele relata uma epidemia de dança ocorrida no ano de 1518, na França, que tirou a vida de dezenas de pessoas.

Improvável, mas real. A "praga" começou com uma mulher, Frau Troffea, que saiu de casa num dia qualquer e pôs-se a dançar freneticamente, sem demonstrar nenhum sinal de alegria. De vez em quando, desmoronava, exausta, apenas para retomar seu movimento sinistro algumas horas depois. Após alguns dias, a mulher foi levada à força a um templo, com os sapatos encharcados de sangue. Mas o problema só cresceu: em pouco tempo, mais de 30 pessoas haviam tomado as ruas perpetuando o transe dançarino. Em pouco mais de um mês, já eram 400. Apesar de não haver um registro exato, estima-se que pouco mais de uma centena de pessoas morreram de exaustão. Pouco devastador, se compararmos a outras epidemias da Idade Média (a peste negra tirou a vida de cerca de 12 milhões de pessoas, quase um terço da população europeia da época). Mas muito mais bizarro.
O historiador John Waller, da Universidade Estadual de Michigan, resolveu escrever o livro "A Time to Dance, a Time to Die" quando pesquisava síndromes culturais e se deparou com referências a pragas de dança na era medieval

Galileu: Por que você decidiu escrever um livro sobre a epidemia de Estrasburgo?
John Waller: Estava pesquisando síndromes culturais, quando me deparei com referências a pragas de dança na era medieval. A princípio duvidei dos relatos: uma dança mortal parecia muito improvável. Mas, conforme cavava mais fundo, percebi que as evidências eram convincentes. Nesse ponto, já estava fisgado pela ideia de tentar explicar por que ela aconteceu. Ficou claro que esses eram exemplos poderosos da maneira pela qual o contexto cultural pode moldar a expressão do sofrimento psicológico. Sua importância para o presente está no que elas revelam sobre os extremos aos quais a crença e a angústia podem nos levar. Mas eles também podem melhorar nosso entendimento sobre o quão diferentemente os membros de culturas distintas respondem ao medo e ao sofrimento.

Galileu: Você escreve que químicos potentes como o esporão do centeio (fungo que ataca o cereal e pode provocar alucinações e a doença ergotismo) não poderiam causar um movimento de longa duração. Por que muitos autores defendem o esporão como a razão das epidemias de dança?
Waller: É curioso que a ideia ainda seja apresentada. Acho que isso acontece parcialmente devido a uma moda moderna de encontrar explicações biológicas simplórias. Especialistas consideram altamente improvável que, mesmo que o ergotismo fosse capaz de provocar a dança, as pessoas tenham respondido de maneira igual aos químicos psicotrópicos do esporão. De qualquer maneira, a manifestação mais comum do ergotismo é a restrição do fluxo sanguíneo nas extremidades, causando gangrena e morte. Se tivesse havido uma epidemia da doença em Estrasburgo, era de esperar que pelo menos uma parte significativa dos afetados morresse dessa maneira, mas não há nenhuma menção a esse fato.
Galileu: Seu argumento é que a epidemia resultou de uma histeria devido à miséria, que se manifestou pela dança por causa do misticismo de uma sociedade que acreditava em conflitos cósmicos entre o bem e o mal. Qual o papel da dança nesse contexto?
Waller: Os atingidos pela epidemia de 1518 ocupavam um ambiente de fé que aceitava a ameaça da praga divina, possessão ou feitiço. Eles não tinham a intenção de entrar em estados de transe, mas suas crenças sobrenaturais tornaram isso possível. Nessa área da Europa havia uma crença em uma praga de dança que podia ser enviada por São Vito. Apenas porque as pessoas já temiam esse santo foi possível que o seu estado histérico se manifestasse na forma de uma dança compulsiva e selvagem.
Galileu: Você diz que o fim dessas epidemias está relacionado ao declínio da teologia medieval e ao início da modernidade. Mas você também afirma que a estrutura de nossos cérebros não mudou. Ainda estamos sujeitos a essas pragas?
Waller: Erupções de histeria em massa continuam a acontecer até hoje. Na Europa, desde a metade dos anos 1700, esses eventos aconteceram em locais de administração "linha-dura" ou confinadores, como fábricas ou escolas. No presente, ainda há episódios dramáticos - embora raros e que não envolvam um estado de transe. Há também fenômenos aliados, que são abastecidos por medo e moldados por crenças populares. Nessa categoria eu colocaria epidemias de "koro", nas quais milhares de jovens se convencem de que seus pênis foram roubados ou retraídos para dentro de seus corpos sob o comando de agentes sobrenaturais malignos. Tem havido epidemias recorrentes de "koro" em partes da África e do Sudeste Asiático.
A dança não é a única forma de manifestação de histeria coletiva

Região do lago Tanganyika, Tanzânia, África, 1963. Diversas garotas, estudantes de um internato, começaram a alternar riso e choro histericamente. Em pouco tempo, 95 das 159 alunas tinham sido atingidas pela praga, e a escola teve que ser fechada. Mas enviar as meninas de volta para seus vilarejos não foi uma boa ideia: elas espalharam a epidemia para outras crianças.
Alguns adultos também se contaminaram. Foram centenas de pessoas atingidas, que passavam cerca de uma semana rindo descontroladamente, seguido de períodos curtos de calmaria.
Exames de sangue e análises microscópicas não apontaram uma causa biológica para a síndrome, que durou entre seis e oito meses. Mas o que mais chamou a atenção foi o fato de que a praga não atingiu adultos alfabetizados. "Aqueles que não possuíam uma forte crença sobrenatural estavam imunes", diz John Waller. Os investigadores do caso concluíram que a epidemia da Tanzânia foi semelhante às pragas de dança da Europa Medieval. No caso da Tanzânia, o contexto de mudanças que estavam ocorrendo graças à recém- conquistada independência da Grã-Bretanha pode ter influenciado no gatilho da epidemia.
(Galilileu, fev/2009, pags. 16, 17)

Há uma explicação científica para o comportamento da protagonista de "Os inocentes"?

Esquentando mais os debates sobre o livro "Os inocentes", assistam a este vídeo e tirem suas conclusões. Obviamente, as cenas de novela são insuficientes para retratar o problema , mas vale refletir sobre a possibilidade (apenas hipótese) de esquizofrenia da protagonista.


sábado, 3 de outubro de 2009

Novos quizes - Terceiro trimestre

Faça os quizes abaixo e verifique seus acertos.
As questões podem ser selecionadas para as próximas avaliações!

Concordância Nominal

http://www1.folha.uol.com.br/folha/interacao/quizfo08.shtml
Conjunções
http://www1.folha.uol.com.br/folha/fovest/quiz15.shtml

Dissertação

http://www1.folha.uol.com.br/folha/interacao/quizfo10.shtml

Dissertação 2
http://www1.folha.uol.com.br/folha/interacao/quizfo11.shtml

Orações subordinadas adverbiais
http://www1.folha.uol.com.br/folha/interacao/quizfo23.shtml

Vícios de linguagem

http://educacao.uol.com.br/quiz/quiz.jhtm?id=6085

Nossa Língua Portuguesa - Concordância Nominal - parte II

Nossa língua portuguesa - Concordância - parte I

Neste programa , Pasquale fala sobre a acentuação da palavra "quê" e sobre alguns casos de concordância nominal.

The turn of the screw - versão para TV, com Colin Firth

Colin Firth ficou mais conhecido como Mark Darcy, de "O diário de Bridget Jones' e interpreta o sr. de Bly nesta adaptação para a TV britânica , dos anos 90.

Os inocentes - Trailer da versão de 1961, com Debora Kerr

Montagem com fotos da produção de 1961 - The innocents.
A canção Willow Waly é perfeita , entremeando inocência, melancolia e um toque de "ghost story".

sexta-feira, 2 de outubro de 2009

Concordância nominal

A concordância nominal é assim chamada porque estabelece uma relação morfológica entre elementos tradicionalmente chamados "nomes" (adjetivos e substantivos) I - CONCORDÂNCIA DO ADJETIVO COM O SUBSTANTIVO Regra geral: o adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo. 1. Adjetivo posposto a dois ou mais substantivos: a) o adjetivo concorda em gênero e número com o substantivo mais próximo se apenas a ele se refere: Lá estava o cavalo e a casa DESTELHADA. b) irá para o plural se sua referência se estender a todos; se todos os substantivos são do mesmo gênero, este será conservado: Aquele foi um beijo e um abraço DEMORADOS. Ela tem roupa e casa LIMPAS. / Pelé e Amarildo saíram CABISBAIXOS. Observação: se os gêneros são diferentes, receberá o adjetivo flexão masculina: Mulher e marido BRIGUENTOS devem ter paciência. c) o adjetivo concorda em gênero e número com o mais próximo: - quando os substantivos são sinônimos entre si: O furor e a raiva HUMANA podem matar. - quando os substantivos se alinham em gradação: A inteligência, o esforço, a dedicação EXTRAORDINÁRIA venceu tudo. 2. Adjetivo anteposto a dois ou mais substantivos: a) quase sempre concorda com o substantivo mais próximo em gênero e número: Escolheste MAU lugar e hora para falar no assunto. / AROMÁTICAS rosas e cravos adornam o jardim. b) se o adjetivo estiver anteposto a nomes próprios de pessoas ou a títulos, deverá ir para o plural: Muito nos ensinaram os GRANDES Machado de Assis e José de Alencar. / Os AFORTUNADOS embaixador dos Estados Unidos e primeira-ministra de Israel escaparam do atentado. II - CASOS ESPECIAIS 1. ANEXO - INCLUSO - LESO - MESMO - PRÓPRIO - QUITE - OBRIGADO Concordam com o substantivo a que se referem: ANEXO é adjetivo e, em consequência, concorda com o substantivo a que se relaciona em gênero e número. Exemplos: "... foi professor de Gramática, Geografia e História na escola ANEXA à militar." (Fausto Barreto) "Vão ANEXAS as palavras que lhe ouvi." (apud Cândido Jucá Filho) " ANEXA à presente, enviamos a relação das mercadorias." "No processo de compra, não estavam ANEXOS os orçamentos." Observação: Em anexo é expressão adverbial, invariável, e de largo uso, embora combatida por alguns autores. INCLUSO: vale a mesma observação a respeito de anexo. Exemplos: Remeto a V.S.as., INCLUSA nesta pasta, uma fotocópia do recibo. Remeto a V.S.as. o recibo INCLUSO nesta pasta. LESO é adjetivo e, como tal, flexiona-se. Exemplos: Cometeu crime de LESO-patriotismo.Ajudar esses espiões seria crime de LESA-pátria. MESMO: a) como adjetivo é variável e equivale a idêntico, igual, análogo. Exemplos: "Os fantasmas não fumam, porque poderiam fumar a si MESMOS." (Mário Quintana)Os alunos MESMOS organizaram o trabalho. "A viagem do sono nem sempre é a MESMA viagem." (Paulo Mendes Campos) "Percorrera aquela MESMA senda, aspirava aquele MESMO vapor que baixava denso do céu verde." (L.F. Telles) b) Como advérbio é invariável e corresponde a justamente, exatamente, ou ainda, até. Exemplos: "Você esperneia, revolta-se - adianta? MESMO sua revolta foi protocolada." (C.D.A.) "Livro raro, MESMO, é aquele que foi emprestado e foi devolvido." (Plínio Doyle) Observação: Não se deve dizer: conosco mesmos ou convosco mesmos; o correto é: com nós mesmos e com vós mesmos. Para os casos abaixo, vale a mesma observação a respeito de MESMO enquanto adjetivo. Exemplos:Eu PRÓPRIA conferi a carga, disse a secretária. / OBRIGADO, respondeu o chefe. / A esposa do chefe também não cansava de dizer OBRIGADA. / Estou QUITE com minhas dívidas. / Estamos QUITES com o serviço militar. (Obs.: forma do particípio passado do verbo quitar, flexiona-se em número) 2. é PRECISO, é NECESSÁRIO, é BOM, é PROIBIDO e expressões equivalentes a) referindo-se a nomes sem elementos determinantes, essas expressões ficam invariáveis: É PRECISO força para trabalhar e estudar. / É NECESSÁRIO segurança para se viver bem. / É BOM plantação de erva-cidreira para afugentar formigas. / Água é BOM. / É PROIBIDO entrada de pessoas estranhas ao serviço.b) com nomes acompanhados de elemento determinante, essas expressões concordam com ele em gênero e número: SERIAM PRECISOS vários bombeiros para deter o incêndio. É NECESSÁRIA a tua compreensão. / É BOA a plantação de erva-cidreira para afugentar formigas. / A água é BOA para a saúde. / É PROIBIDA a entrada de animais. / "Não viu o letreiro: 'É expressamente PROIBIDA a entrada'?" (C. D. A.) 3. Só - SÓS a) Só (adjetivo) corresponde a sozinho, único, solitário e apresenta flexão de número, concordando com a palavra a que se refere. Exemplos: Eles estão SÓS. / "Outros estão SÓS, como tu, mas presos a uma inibição ou a uma disciplina." (C.D.A) / "...sabia cozinhar, arrumar a casa e servir com eficiência a senhor SÓ." (Fernando Sabino) b) Só (advérbio) corresponde a somente, unicamente, apenas e não se flexiona: é invariável. Exemplos: Ele SÓ falou bobagens. / "SÓ não sai de moda quem está nu." (Mário Quintana) / "Vende-se uma cama da casal usada uma noite SÓ." (Leon Eliachar). Observação: Existem as locuções a só e a sós, esta mais freqüente, equivalente a sem companhia: é invariável. Exemplos: Eles ficaram a sós/ O casal ficará a sós. / " - Amigo João Brandão - disse pausadamente o homem quando ficaram a sós..." (C.D.A) 4. BASTANTE(s) pode ser: a) bastante = advérbio de intensidade: é invariável. Ele ficou BASTANTE preocupado / Os pós-graduandos estudam BASTANTE. b) bastante = pronome indefinido (= muitos) - flexiona-se Naquela classe há BASTANTES rapazes. 5. MEIO a) meio = advérbio de intensidade: é invariável. Ando MEIO distraída ultimamente. / "Sentava calado, com a cara MEIO triste, um ar sério." (Rubem Braga) / Existem maridos que são MEIO surdos: sempre que suas mulheres lhes pedem 50 eles só ouvem 25." (Leon Eliachar) b) meio = numeral (= metade): flexiona-se.É MEIO dia e MEIA. (meia hora) Ele comeu MEIO bolo sozinho. 6. MENOS - ALERTA - PSEUDO São sempre invariáveis. Na classe, há MENOS moças que rapazes. / Mais amor e MENOS confiança./ "Devora-se a infeliz mísera gente: E sempre reduzida a MENOS terra." (Santa Rita Durão) / "A cidade, aliás, está parecendo mais civilizada: com MENOS gente, MENOS carros, dir-se-ia mais habitável..." (Cláudio Abramo) ALERTA, segundo Antenor Nascentes, trata-se de uma interjeição militar; era um grito que se proferia à aproximação do inimigo. José Pedro Machado confirma a informação. Logo, por ter valor interjectivo, permanece invariável. Outros o consideram advérbio (em estado de prontidão) e, assim, também, permanece invariável. Exemplos:"Antes ouvido a revolta da cidade, estiverão mais ALERTA." (apud José Pedro Machado - texto arcaico) / "Duas sentinelas sempre ALERTA." (Alencar apud Cândido Jucá Filho) / Na porta dos bancos, os seguranças ficam ALERTA. Trata-se de PSEUDO-especialistas. *Jorge Viana de Moraes é professor universitário em cursos de graduação e pós-graduação na área de Letras. Atualmente, mestrando em Língua Portuguesa e Filologia pela Universidade de São Paulo.

sexta-feira, 18 de setembro de 2009

Vícios de Linguagem x Telemarketing

Vídeo que faz parte da série "O sistema", com Selton Mello e Graziella Moretto.
Muito bom!

Vícios de linguagem


Vícios de Linguagem são alterações defeituosas das normas da língua padrão, provocadas por ignorância, descuido ou descaso por parte do falante.

Os vícios de linguagem se classificam em:

I) Barbarismo: desvio da norma quanto à:
- grafia: proesa em vez de proeza;
- pronúncia: incrustrar em vez de incrustar;
- morfologia: cidadões em vez de cidadãos;
- semântica: Ele comprimentou o tio (em vez de cumprimentou).
- todas as formas de estrangeirismo são consideradas, por diversos autores, barbarismo. Ex: weekend em vez de fim de semana.

II) Arcaísmo: emprego de palavras ou estruturas antigas que deixaram de ser usadas. Ex: Vossa Mercê em vez de você.

III) Solecismo: erros de sintaxe contra as normas de concordância, de regência ou de colocação.
- concordância: Sobrou muitas vagas (em vez de sobraram).
- regência: Hoje assistiremos o filme (em vez de ao filme).
- colocação: Me empresta o carro? (em vez de empresta-me)

IV) Ambiguidade: ocorre quando uma frase causa duplo sentido de interpretação. Ex: O ladrão matou o policial dentro de sua casa. (na casa do ladrão ou do policial?).

V) Cacófato: refere-se ao mau som que resulta na união de duas ou mais palavras no interior da frase. Ex: Nunca gasta com o que não é necessário.

VI) Eco: ocorrência de terminações iguais. Ex: Ladrão que rouba ladrão tem cem anos de perdão.

VII) Pleonasmo: redundância desnecessária de informação. Ex: Está na hora de entrarmos pra dentro.


sexta-feira, 11 de setembro de 2009

Orações subordinadas adverbiais

Uma oração é considerada subordinada adverbial quando se encaixa na oração principal, funcionando como adjunto adverbial. São introduzidas pelas conjunções subordinativas e classificadas de acordo com as circunstâncias que exprimem.
Podem ser: causais, comparativas, concessivas, condicionais, conformativas, consecutivas, finais, proporcionais e temporais.
- causais: indicam a causa da ação expressa na oração principal. As conjunções causais são: porque, visto que, como, uma vez que, posto que, etc. Ex: A cidade foi alagada porque o rio transbordou.
- consecutivas: indicam uma conseqüência do fato referido na oração principal. As conjunções consecutivas são: que (precedido de tal, tão, tanto, tamanho), de sorte que, de modo que, etc. Ex: A casa custava tão cara que ela desistiu da compra.
- condicionais: expressam uma circunstância de condição com relação ao predicado da oração principal. As conjunções condicionais são: se, caso, desde que, contanto que, sem que, etc. Ex: Deixe um recado se você não me encontrar em casa.
- concessivas: indicam um fato contrário ao referido na oração principal. As conjunções concessivas são: embora, a menos que, se bem que, ainda que, conquanto que, etc. Ex: Embora tudo tenha sido cuidadosamente planejado, ocorreram vários imprevistos.
- conformativas: indicam conformidade em relação à ação expressa pelo verbo da oração principal. As conjunções conformativas são: conforme, consoante, como, segundo, etc. Ex: Tudo ocorreu como estava previsto.
- comparativas: são aquelas que expressam uma comparação com um dos termos da oração principal. As conjunções comparativas são: como, que, do que, etc. Ex: Ele tem estudado como um obstinado (estuda).
- finais: exprimem a intenção, o objetivo do que se declara na oração principal. As conjunções finais são: para que, a fim de que, que, porque, etc. Ex: Sentei-me na primeira fila, a fim de que pudesse ouvir melhor.
- temporais: demarca em que tempo ocorreu o processo expresso pelo verbo da oração principal. As conjunções finais são: para que, a fim de que, que, Ex: Eu me sinto segura assim que fecho a porta da minha casa.
- proporcionais: expressam uma idéia de proporcionalidade relativamente ao fato referido na oração principal. As conjunções proporcionais são: à medida que, à proporção que, quanto mais...tanto mais, quanto mais...tanto menos, etc. Ex: Quanto menos trabalho, tanto menos vontade tenho de trabalhar.

Algumas orações subordinadas adverbiais podem apresentar-se na forma reduzida, com o verbo no infinitivo, no gerúndio ou no particípio. São:

- causais: Impedido de entrar, ficou irado.
- concessivas: Ministrou duas aulas, mesmo estando doente.
- condicionais: Não faça o exercício sem reler a proposta.
- consecutivas: Não podia olhar a foto sem chorar.
- finais: Vestiu-se de preto para chamar a minha atenção.
- temporais: Terminando a leitura, passe-me o texto.

Fonte: http://www.mundoeducacao.com.br/gramatica/oracao-subordinada-adverbial.htm

sexta-feira, 26 de junho de 2009

Charges X Histórias sobre ética

Pessoal, estou postando uma versão diferente que achei no Youtube, com slides diferentes dos que exibi em aula. Vale a reflexão sobre os aspectos que nos tornam mais solidários, humanos ou desumanos, solitários, engraçados, tristes, enfim...
Espero que gostem (e que consigam relacionar com a proposta do livro Histórias sobre ética).
Beijos e bom fim de semana.

sexta-feira, 19 de junho de 2009

Exercícios sobre Orações subordinadas substantivas




O link abaixo leva ao site do Scribd, onde armazeno alguns documentos online. É um recurso muito útil, pois nos permite compartilhar e exibir documentos com muita facilidade.
Você tem a opção de fazer o download do documento ou enviá-lo por e-mail e , se quiser, imprimi-lo.

As respostas dos exercícios serão publicadas também no Scribd no sábado, 13/03/2010(após as 15h). Acompanhe as atualizações do blog .


http://www.scribd.com/doc/16600731/Exerciciossubstantivas

Paradoxos

Veja as duas charges , exemplificando os paradoxos. Na primeira, somos levados a refletir sobre os dois conceitos: fracasso e sucesso. Na verdade, quem é o fracassado? A imagem é contraditória com o título que descreve os dois personagens. Na segunda, o estranhamento é causado pelo fato do homem pedir ajuda a Deus para poder negar Sua existência.


sexta-feira, 12 de junho de 2009

Uol Educação - quizzes

O Site www.educacao.uol.com.br é uma ótima fonte de estudo não só de língua portuguesa, mas de todas as disciplinas. Preparado por especialistas, o site contém matérias, quizzes , simulados que podem ajudá-lo a estudar melhor.

Abaixo, dois links interessantes:

Figuras de Linguagem

http://educacao.uol.com.br/quiz/quiz.jhtm?id=4901

Orações subordinadas substantivas

http://www1.folha.uol.com.br/folha/interacao/quizfo13.shtml

quarta-feira, 10 de junho de 2009

Personificação ou prosopopeia

A personificação ou prosopeia é uma figura de estilo que consiste em atribuir a objetos inanimados ou seres irracionais sentimentos ou ações próprias dos seres humanos.
Dizer "está um dia triste" implica a atribuição de um sentimento a uma entidade que, de fato, nunca poderá estar triste mas cujas características (céu nublado, frio, etc) poderão conotar tristeza para o ser humano.
Nas fábulas, a personificação toma um sentido simbólico, onde a atribuição de determinadas características humanas a seres irracionais segue determinadas regras determinadas pelo contexto sócio-cultural do autor: os leões passam a ser corajosos (ou fanfarrões, como na fábula do leão e do rato, de La Fontaine); as raposas tornam-se astutas (ou desdenhosas); as características dos materiais passam a conotar o caráter humano ou o seu estatuto em termos de poder (forte ou frágil, como na fábula da panela de ferro e da panela de barro).
É uma figura de estilo freqüentemente utilizada na literatura infanto-juvenil, ao permitir rasgos de fantasia que a literatura para adultos nem sempre permite, ainda que a ela recorra frequentemente (por exemplo, no realismo mágico sul-americano ou em contos e novelas como em O Gato Malhado e a Andorinha Sinhá de Jorge Amado ou História de uma Gaivota e do Gato que a ensinou a voar, de Luis Sepúlveda - que funcionam como fábulas modernas e que, tal como em O Pequeno Príncipe, de Antoine de Saint-Exupéry, esbatem as fronteiras entre o que é literatura para adultos ou literatura para crianças).
Exemplos de personificação:
"O Gato disse ao Pássaro que tinha uma asa partida."
"O Vento suspirou e o Sol também."
"A Cadeira começou a gritar com a Mesa."
"O Sol amanheceu triste e escondido."
"A Bomba atômica é triste, Coisa mais triste não há Quando cai, cai sem vontade" (Vinícius de Morais)
" A lua beijava a face do lago adormecido "

Exercícios : metáfora, comparação e personificação

EXERCÍCIO DE APLICAÇÃO
Identificar as figuras de estilo patentes nas expressões que se seguem:

A guerra é um monstro devorador. (____________________)
A paixão é como um fogo. (__________________)
O mar é a mais larga estrada…(____________________)
Santarém é um livro de pedra. (____________________)
Hoje o vento levantou-se zangado. (____________________)
Ao longe, a carrinha lembrava um percevejo sobre quatro rodas. (_______________)
A formiga recusou aceder ao pedido da cigarra. (____________________)
Os seus cabelos pareciam fios de ouro…(____________________)
Tem o coração duro como uma rocha. (____________________)
Os frutos desta árvore são doces como o mel. (__________________)
Os teus olhos são duas pérolas. (____________________)
As rãs do charco tagarelavam umas com as outras. (___________________)

Metáfora e comparação metafórica

Metáfora é a figura de palavra em que um termo substitui outro em vista de uma relação de semelhança entre os elementos que esses termos designam. Essa semelhança é resultado da imaginação, da subjetividade de quem cria a metáfora.
A metáfora também pode ser entendida como uma comparação abreviada, em que o conectivo comparativo não está expresso, mas subentendido. Na comparação metafórica (ou símile), um elemento A é comparado a um elemento B através de um conectivo comparativo (como, assim como, que nem, qual, feito etc. ). Muitas vezes a comparação metafórica traz expressa no próprio enunciado a qualidade comum aos dois elementos:
Esta criança é forte como um touro . elemento A qualidade comum conectivo elemento B Já na metáfora, a qualidade comum e o conectivo comparativo não são expressos e a semelhança entre os elementos A e B passa a ser puramente mental: Do ponto de vista lógico, a criança é uma criança, e um touro é um touro. Uma criança jamais será um touro. Mas a criança é teria a sua força comparada á de um touro.
Veja o exemplo: “O tempo é uma cadeira ao sol, e nada mais”(Carlos Drummond de Andrade) A associação do tempo a uma cadeira ao sol é puramente subjetiva. Cabe ao leitor completar o sentido de tal associação, a partir da sua sensibilidade, da sua experiência. Essa metáfora, portanto, pode ser compreendida das mais diferentes formas. Isso não quer dizer que ela possa ser interpretada de qualquer jeito, mas que a compreensão dela é flexível, ampla.
Observe a transformação de comparações metafóricas (ou símiles) em metáforas: O Sr. Vivaldo é esperto como uma raposa. (comparação metafórica) O Sr. Vivaldo é uma raposa. (metáfora) A vida é fugaz como chuva de verão. (comparação metafórica) A vida é chuva de verão. (metáfora) Nesse último exemplo, o elemento A (as mangueiras está sendo comparado ao elemento B (intermináveis serpentes), pois há uma semelhança no modo como ambos se põem em relação ao chão. Os galhos da mangueira, por serem baixos e tortuosos, lembram intermináveis serpentes Na linguagem cotidiana, deparamo-nos com inúmeras expressões como: cheque-borracha cheque-caubói voto-camarão manga-espada manga-coração-de-boi. Nos exemplos já vistos, fica bastante claro o porquê existência de metáforas.
Diante de fatos e coisas novas, que não fazem parte da sua experiência, o homem tem a tendência de associar esses fatos e essas coisas a outros fatos e coisas que ele já conhece. Em vez de criar um novo nome para o peixe, ele o associa um objeto da sua experiência (espada) e passa a denominá-lo peixe-espada. O mesmo acontece com peixe-boi, peixe-zebra, peixe-pedra, etc. (Se quiser fazer uma experiência, abra o dicionário na palavra "peixe" e verá quantas expressões são formadas a parti desse processo . ) Muitos verbos também são utilizados no sentido metafórico. Quando dizemos que determinada pessoa "é difícil de engolir", não estamos cogitando a possibilidade de colocar essa pessoa estômago adentro. Associamos o ato de engolir (ingerir algo, colocar algo para dentro) ao ato de aceitar, suportar, agüentar, em suma, conviver. Alguns outros exemplos: A vergonha queimava-lhe o rosto. As suas palavras cortaram o silêncio. O relógio pingava as horas, uma a uma, vagarosa mente. Ela se levantou e fuzilou-me com o olhar. Meu coração ruminava o ódio. Até agora, vimos apenas casos de palavras que assumiam um sentido metafórico.
No entanto, existem expressões inteiras (e até textos inteiros) que têm sentido metafórico, como: ter o rei na barriga: ser orgulhoso, metido saltar de banda: cair fora, omitir-se pôr minhocas na cabeça : pensar em bobagens , pensar em tolices dar um sorriso amarelo: sorrir sem graça tudo azul: tudo bem ir para o olho da rua: ser despedido, ser mandado embora Como se pode perceber, a metáfora afasta-se do raciocínio lógico, objetivo. A associação depende da subjetividade de quem cria a metáfora, estabelecendo uma outra lógica, a lógica da sensibilidade.

Metonímia

Português: Metonímia é um dos mais férteis recursos de estilo

Chamamos metonímia à figura de linguagem que, diferentemente da metáfora (esta construída sobre uma base comparativa), se organiza em relações de contigüidade. Por exemplo, ao dizer que uma moça é uma flor, temos uma metáfora --é a comparação implícita que nos permite transferir a ela as qualidades da flor.
A metonímia, por sua vez, nem sempre é percebida como uma estratégia de estilo, pois algumas das construções em que aparece pertencem à linguagem comum.Se alguém diz que toma "duas conchas" de sopa, imaginamos que a pessoa ingira não as conchas, mas o seu conteúdo. Ocorre o mesmo em "tomar uma taça de vinho" e, por extensão, em "ver duas horas de TV".Expressões como "o pão de cada dia" e "o leite das crianças" substituem o alimento como um todo. O mesmo ocorre em "tomar café da manhã", em que o café é apenas um dos itens da refeição matinal e, às vezes, nem o é.
Como se vê, tomar a parte pelo todo é uma das formas mais comuns de construir metonímias: "ter bocas para alimentar", "como dizem as más línguas" ou as expressões "sem-teto" e "auxílio-paletó" são alguns exemplos.Mas não é só no dia-a-dia que a metonímia aparece.
A figura também é empregada para produzir belos efeitos de estilo. É o que nos comprova a letra de "Viola Enluarada", conhecida canção de Marcos Valle e de Paulo Sergio Valle: "A mão que toca um violão/ Se for preciso, faz a guerra/ (...) / A voz que canta uma canção/ se for preciso, canta um hino/ (...) / O mesmo pé que dança um samba/ se for preciso, vai à luta (..)". A letra de "Mucuripe", de Belchior e de Fagner, também traz uma metonímia: "As velas do Mucuripe / vão sair para pescar (...)".É ainda o recurso usado por Gregório de Matos, poeta brasileiro, no poema "Buscando a Cristo", em que, em seu apelo a Jesus, constrói uma seqüência de metonímias: "A vós correndo vou, braços sagrados, (...)/ A vós, divinos olhos, (...)/ A vós, pregados pés, (...)/ A vós, cabeça baixa, (...)."Recurso de estilo de grande fertilidade, é ainda a metonímia, agora numa seqüência gradativa, que aparece nestes versos de Drummond: "É puro carnaval, loucura mansa, a reboar no canto de mil bocas, de dez mil, de trinta mil, de cem mil bocas (...)".

Thaís Nicoleti de Camargo - consultora de língua portuguesa da Folha.

Instrumento 3 - Exercícios do blog sobre Concordância I

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